O juiz Adilson Paukoski Simoni, da 5ª Vara do Júri de São Paulo, autorizou nesta segunda-feira (14) a exumação do corpo do empresário Marcos Matsunaga, morto e esquartejado em maio do ano passado. De acordo com o Tribunal de Justiça (TJ), uma nova perícia será realizada no cadáver para determinar o exato momento em que o diretor da Yoki foi morto. Há dúvidas se Marcos morreu por um tiro na cabeça ou se ainda estava vivo no momento em que seu corpo foi esquartejado. O pedido da exumação foi feito pela defesa da viúva e ré confessa do crime, Elize Matsunaga. A partir da ciência da decisão judicial, o promotor do caso e os defensores da ré, se quiserem, terão três dias para apresentar quesitos suplementares a serem respondidos pelo perito, além de indicar assistente técnico. Ainda de acordo com o TJ, após esse prazo, o perito terá dez dias para elaborar o novo laudo. Divulgado em junho, um laudo que fez parte do inquérito policial do caso apontou que Marcos foi decapitado quando ainda estava vivo. Segundo os peritos, a morte ocorreu por choque traumático, causado pela bala, e asfixia respiratória por sangue aspirado devido à decapitação. Na ocasião da divulgação do laudo, porém, seu resultado já havia sido questionado pelo advogado de Elize, Luciano Santoro.
O defensor entende que Elize pode pegar uma pena de no máximo dez anos. A exumação solicitada poderá ser chave para que Elize não seja condenada pela qualificadora de meio cruel caso fique comprovado que Marcos morreu em razão do disparo na cabeça e que já estava morto quando foi esquartejado. A assistente da defesa, Roselli Soglio, afirmou que em casos de traumatismo craniano causado por um tiro de pistola 380 a morte acontece em poucos segundos. Para o promotor José Carlos Cosenzo, o crime foi premeditado, por motivo financeiro - Marcos era diretor da empresa de alimentos Yoki. Ele espera que ela seja condenada a 30 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado – motivo torpe (vingança movida por dinheiro), utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima e meio cruel (esquartejamento).
