Na política, ninguém deixa um partido para entrar em outro sem feridas. Pior ainda, quem deixa uma legenda que prega uma filosofia de gestão em direção a outra que professa o credo contrário costuma passar por situações traumáticas. Mas, para o prefeito de Santo Antônio de Jesus, Humberto Leite, sair do PMDB e entrar para o PDT não teve nenhum efeito colateral onde quer que se analise.
Ex-PMDB, o administrador agora milita nas frentes do PDT e garante que tem excelentes relações com os dirigentes do partido no estado, os irmãos Vieira Lima Geddel e Lúcio. Ele esteve entre os peemedebistas nas eleições de 2004 e 2008 e foi derrotado em ambas. Depois disto, preferiu trocar de grupo e pousou no PDT, onde garantiu a vitória para uma segunda oportunidade de ser prefeito, depois da primeira no começo dos anos 90.
Neste processo, Leite garante ter mantido forte amizade com Geddel e Lúcio e afirma inclusive que o último, atualmente deputado federal, continua a trabalhar para garantir recursos e emendas parlamentares que beneficiem a gestão e o povo da região apesar da migração partidária. “O deputado federal Lúcio Vieira Lima e Geddel são amigos de Santo Antônio de Jesus, são meus amigos pessoais e estão trabalhando para o bem de Santo Antônio de Jesus”. Entretanto, uma amizade maior, a com o deputado federal Félix Mendonça, fez irresistível a proposta de se alinhar aos pedetistas estaduais.
Pedetismo, porém, tem limite para Leite. Mesmo com o deputado estadual Marcelo Nilo tentando a todo custo se viabilizar com candidato da base do governador Jaques Wagner nas eleições do ano que vem, o influente prefeito revela que o presidente da Assembleia Legislativa não é seu candidato. No fundo, o prefeito poderia admitir preferi-lo diante dos outros, mas a fidelidade ao projeto maior fala mais alto. “Estou com o governador e não abro. O candidato que sair da decisão do governo nós vamos acompanhar aqui em Santo Antônio de Jesus.”
Publicada dia 24 de junho às 2h3
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