Nilo afirma que o PT sempre apoia suas candidaturas nos momentos finais, mas dessa vez a iniciativa do acordo não será dele
Marcelo Nilo acredita que PT pode retirar a candidatura de Rosemberg Pinto para presidência da Assembleia mas não vai procurar o partido para acordo (Foto: Juh Almeida/ Varela Notícias)
Alvo constante de críticas por lançar uma nova candidatura à presidência da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia após quatro mandatos consecutivos, o deputado Marcelo Nilo (PDT), considera as críticas recebidas como infundadas. Em entrevista ao Varela Notícias, o parlamentar esclarece os motivos que o levaram a entrar novamente na disputa, fala sobre o PT do adversário Rosemberg Pinto e do novo apoio recebido do deputado Sargento Isidório.
O senhor é alvo constante de críticas por conta da chamada ‘Era Nilista‘, na presidência da ALBA, inclusive, o ministro Jaques Wagner, enquanto governador da Bahia deixou claro que era contra sua candidatura. Qual a sua posição sobre essas declarações?
Não existe isso de ‘Nilismo’ na presidência, eu somente atendo à vontade de meus pares. São os parlamentares que me pedem para permanecer no cargo e eu atendo. Quanto ao governador Wagner, nós somos amigos mas discordamos desse ponto. Mas o PT é assim, sempre me apoia aos 47’ do segundo tempo.
A que o senhor atribui essa preferência dos parlamentares?
É simples, ao meu bom trabalho realizado na casa, por ser premiado como melhor deputado em atividade por várias vezes consecutivas e por pautar uma gestão participativa e colaborativa. Essa casa cresceu comigo na presidência e as oportunidades são dadas a todos os parlamentares de forma igualitária, porque para mim são todos iguais e todos gostam de mim.
E quanto a outros críticos, como a imprensa e a sociedade? O vereador Tiago Correia (PTN), por exemplo, declarou que a Câmara não pode permitir a criação de um novo Marcelo Nilo (em referência a Paulo Câmara, presidente da Câmara Municipal de Salvador).
Ele foi infeliz na declaração dele. Como presidente, consegui o fim do 14º e 15º salário, a diminuição do recesso dos deputados de 90 para 60 dias e outros benefícios para a casa. Então ele não sabe o que está falando e acho que ele nem conhece a Assembleia, por sinal, eu nunca o vi aqui.
Merece uma réplica?
Não. Não representa nada, não afeta nada. Foi só infeliz mesmo, vai ver que foi por causa dessas declarações que ele recebeu só 10 votos na disputa da presidência da Câmara, enquanto aqui na Assembleia eu venci de forma unânime. Tenho apoio da imprensa, inclusive, e quanto à sociedade, tem pessoas que entendem e outras não. Mas o importante é que recebo o apoio de todos.
Não todos, o deputado Rosemberg Pinto (PT) é seu opositor e tem apoio do ministro Wagner e do governador Rui Costa (PT).
É, mas eu apoio Rui como governador, sou amigo de Wagner há anos e possuo um boa relação com Rosemberg. Eleição é coisa de momento, depois tudo volta ao normal. Eu agradeço muito a Wagner pelo que ele fez por mim e eu paguei toda minha dívida com ele nesses anos como presidente e não foram poucas coisas que fiz para ele.
Que coisas?
Conversas com parlamentares, apoios que ele recebeu e os trabalhos que vinha realizando dentro das minhas funções que acabavam beneficiando o governo dele. Mas é isso aí, o PT sempre me apoia e se esse ano for diferente, paciência, vamos para o pleito e o voto é secreto. Tenho apoio de 51 deputados e isso não é pouco.
O histórico vencedor lhe dá certeza de vitória?
Não existe isso. O voto é secreto e tudo pode acontecer, ainda mais com o PT que é o maior partido da casa. Mas todo ano é a mesma coisa, Wagner sempre diz que não me apoia e no final me apoia, foi assim nas quatro eleições anteriores.
Então pode acontecer um apoio de última hora do deputado Rosemberg, assim como Sargento Isidório retirou a candidatura para lhe apoiar?
Olha, todo ano eu procuro o PT, mas dessa vez não vou procurar. Se vier a mim eu atendo, se não é no pleito mesmo. Quanto a Isidório, lhe digo que existem dois, o que você ouve falar e o que você conhece. Isidório me procurou e retirou a candidatura por ser um pedido da família dele, de deputados que o apoiaram na campanha, enfim, fiquei muito feliz com o apoio dele, me senti realizado. O admiro muito pelas obras sociais e hoje nos damos muito bem. Me dou bem com Rosemberg também, mas Isidório me surpreendeu.
O senhor diz que se dá bem com o deputado Rosemberg, mas declarou que ele “não ganha eleição nem para inspetor de quarteirão”. Como isso ficou resolvido?
(risos) Foi uma coisa de momento. Eu me senti ofendido no momento e repliquei. Ele me ofendeu, com palavras de baixo calão inclusive, e tive de retrucar, mas isso são águas passadas e não tem mais importância.
