21/04/2015 22:
Pacientes do Hospital Ana Nery, em Salvador, vivem um drama. Eles esperam há dias por cirurgias cardíacas que não são agendadas por falta de material cirúrgico. As famílias desses pacientes reclamam que tiveram que comprar medicamentos. Antônio Marcos, de 44 anos, marido de Maria Aparecida dos Santos, sofreu infarto há 15 dias. Ele precisa fazer uma cirurgia de ponte de safena, mas até agora não existe previsão. "Ele está angustiado. Está muito nervoso, preocupado. O hospital diz que os médicos estão à disposição. O que falta mesmo é o material", afirma a esposa do paciente. O drama de Aparecida é o mesmo de outras famílias que estão aguardando na unidade hospitalar. O marido de Eliene Nascimento, Alberto Rodoaux, também sofreu infarto. Há um mês, ele aguarda para ser operado. Ela conta que falta até o material básico do dia-a-dia, e que as famílias que têm que comprar. "A previsão da cirurgia dele era para amanhã (quarta-feira), só que o médico falou que está sem previsão, que está faltando material cirúrgico e que o centro cirúrgico está parado. Além de tudo isso, ainda tenho que comprar material básico, porque está faltando medicamento também", reclama. Os parentes do pacientes contam ainda que no Hospital Ana Nery existem muitas famílias passando pela mesma situação e que não há previsão de agendamento das cirurgias. "É lamentável essa condição que nós passamos, porque temos excelentes profissionais no hospital. Pessoas dedicadas, aplicadas com a profissão, porém falta muito o recurso básico de poder manter a saúde da pessoa", comenta Anderson Ferreira, filho de um dos pacientes. A assessoria do hospital enviou uma nota informando que a falta de materiais no Hospital Ana Nery é temporária, e que já foram feitos pedidos de compra. A diretoria da unidade hospitalar reconhece que alguns fornecedores estão atrasando a entrega deste material cirúrgico. Ela ainda diz que esta situação não impede a realização de cirurgias, e que as cirurgias só não estão sendo realizadas por causa de problemas clínicos dos pacientes. No entanto, o hospital se contradiz ao informar qu está faltando o medicamento "dobutamina", que impede a realização de cirurgias, mas alega que essa falta ocorre em todo o país
