Um relatório da Caixa Econômica Federal mostra que o Centro Cultural de Santo Antônio de Jesus foi entregue à população com diversos problemas estruturais e sem as devidas prestações de contas. O documento foi emitido em novembro de 2016, menos de dois meses após a inauguração, realizada a quatro dias do pleito eleitoral. No relatório, a Caixa aponta pendências em relação às obras de restauração do local, a falta de pagamento de parcelas e o não cumprimento do projeto elétrico, cujo recurso foi liberado parcialmente e executado somente 30%.
280 poltronas, central de ar-condicionado, iluminação e som, foram instalados pela antiga gestão no Centro Cultural, porém os recursos para pagamentos desses itens não haviam sido depositados pelo Tesouro Nacional, o que gerou uma dívida de 250 mil reais. Esta dívida está em aberto com os fornecedores, ocasionando a inadimplência e ameaças de recolhimento dos itens citados acima.
Em inspeção, solicitada pelo Prefeito Rogério Andrade, uma comissão formada por membros da Secretaria de Cultura, Secretaria de Infraestrutura e Superintendência de Convênios avaliou no último dia 6 de fevereiro o estado em que se encontra o Centro Cultural, com a finalidade de adotar as medidas para sanar as pendências e viabilizar o funcionamento do local.
A comissão verificou que a estrutura física do local não foi concluída, bem como instalação de energia elétrica (os equipamentos estavam funcionando com geradores, apenas para a inauguração), ausência de corrimão na entrada principal e saída de emergência e salas externas com construção não concluídas. Há vazamentos no telhado, que já danificaram algumas paredes com infiltrações e que podem danificar também o assoalho do palco.
Além destas pendências, o Centro passa também porPROBLEMAS ESTRUTURAIS NA
Acústica, na prevenção de Incêndio e Pânico, na estrutura Cênica, na luminotécnica e problemas graves de Elétrica, além da ausência de equipamentos básicos. Quanto aos equipamentos, foi constatada a falta da mesa de iluminação digital, falta de cabeamentos e outros itens descritos na relação de patrimônio. Outro relatório, emitido pelo Corpo de Bombeiros antes da ‘inauguração’, já apontava também a ausência de para-raios, a já verificada falta de corrimões e a necessidade do uso de um produto anti-incêndio na área do palco, o que não foi atendido na gestão anterior.
Com o parecer dessa inspeção, a Prefeitura Municipal poderá mensurar quais as medidas a serem adotadas para que o Centro funcione plenamente. A conclusão da obra de energia e o conserto do telhado serão licitadas, bem como a realização das adequações solicitadas pelo Corpo de Bombeiros. Também será necessário prestar contas à Caixa Econômica das parcelas recebidas pela gestão anterior e tratativas com o Ministério do Turismo para quitação das dívidas com os fornecedores e liberação dos recursos em atraso. Somente após serem adotadas essas providências, o Centro Cultural finalmente poderá ser aberto para uso público.
