Entre as praças do Campo Grande e Castro Alves, em Salvador, uma multidão fez um carnaval fora de época para celebrar o direito de "Viver livre na cidade que amamos", tema da 16ª Parada do Orgulho LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Transgêneros e Intersexuais). A festa ocorreu entre a tarde e a noite de domingo (10).
A produção do evento estimou que cerca de 900 mil pessoas estiveram nas ruas acompanhando sete trios que desfilaram pelo centro da capital. O destaque ficou por conta de um trio com shows das cantoras Lorena Simpson, Karol Conka e Valesca Popuzada. Em apresentações individuais ao longo do circuito, as artistas defenderam o respeito pela diversidade.
"Fiquei muito feliz de ter recebido o convite de estar aqui hoje em Salvador. É minha primeira Parada Gay em Salvador e do lado das minhas divas Karol Conka e Valesca Popuzada. Vai ser uma festa por respeito", disse Lorena Simpson pouco antes de subir ao trio. Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia, disse que, além de promover a alegria, a Parada Gay de Salvador quer chamar atenção da sociedade e dos governos para uma triste realidade.
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"O Grupo Gay da Bahia denuncia - num dia de alegria, de festividade-, que a Bahia continua liderando a lista dos assassinatos de gays, travestis, lésbicas e transexuais no Brasil. Chega de homofobia". Atrás dos trios, Joedson Gomes ressaltou que a Parada Gay é um ato político, que vai além de uma simples festa.
"A parada gay é mais que festa, do que carnaval fora de época. É uma luta. A gente está aqui na rua, com esse brilho, esse colorido, para mostrar que a gente não morde, que podemos ser amigos e todo mundo viver em paz, em comunhão". Ray Limeira, de 19 anos, também defendeu que a festa é também uma luta.
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"Esse grande evento justifica toda a luta e batalha que viemos sofrendo. Esse dia é fundamental para valorizar e engradecer o movimento gay. Liberdade e respeito sempre". Na abertura da festa, o trio do Grupo Gay da Bahia (GGB) fez uma homenagem a atriz e cantora Rogéria, travesti que ficou conhecida pela luta contra a homofobia e que morreu no dia 4 de setembro, após complicações provocadas por uma infecção urinária.
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O trio foi intitulado como "Palco Adorável Rogéria". A jornalista Maíra Azevedo, mais conhecida como Tia Má, recebeu o título de madrinha da Parada LGBTI. Ao G1, ela falou do orgulho e da responsabilidade de ostentar a faixa.
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"Um privilégio, uma honra e uma grande responsabilidade, até porque a gente precisa compreender que o combate a LGBTTransfobia não tem que ser restrita a gays, lésbicas, travestis e transexuais, mas sim a todas as pessoas que compreendem a importância do respeito ao próximo". A empresária Flora Gil, que também seria condecorada como madrinha, não esteve na festa. O G1 entrou em contato com o GGB, que não soube informar o motivo da ausência.
