O comandante do Exército brasileiro, o general Eduardo Villas Bôas, afirmou que não existe a possibilidade de uma intervenção militar nos mesmos moldes do período da ditadura militar, entre 1964 e 1985. O comandante afirmou que, se o Exército intervier, será para respeitar a Constituição e manter a democracia do país.
Com relação ao movimento intervencionista, que pede a volta dos militares no poder, Villas Bôas disse nesta última quinta-feira (5) que há uma identificação na população com os valores das Forças Armadas e uma ânsia pelo reestabelecimento da ordem segundo informações do Uol Notícias.
"Eu nem vejo um caráter ideológico nisso. Mas, de qualquer forma, as Forças Armadas, e o Exército, pelo qual eu respondo, se, eventualmente, tiverem de intervir, será para fazer cumprir a Constituição, manter a democracia e proteger as instituições", afirmou. "Sempre o Exército atuará sob a determinação de um dos Poderes da República, como aconteceu agora, por exemplo, nessa greve dos caminhoneiros", complementou o comandante do Exército.
Villas Bôas classificou a questão como "muito simples": "Quem interpreta que o Exército pode intervir [como na ditadura], é porque não conhece as Forças Armadas e a determinação democrática, de espírito democrático, que reina e preside em todos os quartéis", disse.
Ainda segundo o comandante, os brasileiros perderam a confiança uns nos outros e estão muito carentes de disciplina social. "Isso nós podemos medir em grandes eventos como a Copa do Mundo. Está totalmente diferente a reação da população", citou. Para Villas Bôas, o Brasil está na "iminência de algo muito grave acontecer, que é a perda da nossa identidade".