A candidata à Presidência Marina Silva (Rede) aproveitou sua "primeira manifestação de rua depois do inaceitável ato de violência contra Jair Bolsonaro" para criticar a ideia de que o armamento civil é a melhor resposta para a violência. "Eu fico pensando: que se Deus o livre aquela pessoa tivesse uma arma de fogo na mão, o que poderia ter acontecido".
É o que disse Marina, poucas horas após a divulgação de uma foto em que o rival do PSL, acamado no hospital, aparece simulando uma arma com as mãos, como se estivesse atirando. "Amor e respeito dentro do coração" são mais eficazes do que uma "arma na mão" para proteger a sociedade da violência e do crime.
Disse também a presidenciável, que afirmou não ter pedido reforço da Polícia Federal após o ocorrido, como alguns colegas fizeram segundo informações do Folhapress. "Em 2014 foi a violência política, agora está sendo a violência física", afirmou Marina, que há quatro anos se declarou vítima de uma campanha difamatória por parte do Partido dos Trabalhadores da rival Dilma Rousseff. Ela listou a violência serial que atinge a temporada eleitoral.
O assassinato de Marielle Franco (PSOL), os tiros que atingiram a caravana lulista e, agora, o estaqueamento de Bolsonaro. Ela não quis cravar a garantia de Bolsonaro no segundo turno, como fizeram aliados do militar reformado e mesmo rivais como João Doria (PSDB), uma hipótese que seria impulsionada pela comoção popular pós-atentado.
"Estamos vivendo diante de muitas imprevisibilidades, e o eleitor é soberano para mudar sua vontade no momento que ele quiser", disse a candidata, cujo desempenho na última pesquisa Ibope estagnou, enquanto adversários como Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT) avançaram.
Para Marina, o ataque contra Bolsonaro pode ser uma "oportunidade para dar um ponto final na polarização, no ódio, na violência". A passagem dela pela região gerou tumulto, uma turbulência que surfou no vaivém já caótico desta que é uma das principais zonas de comércio popular da cidade.
Entre placas de candidatos da Rede e de causas como a da "bancada vegana", gritos de "Lula" e "Bolsonaro" foram ouvidos aqui e acolá -o clamor pelo presidenciável do PSL virou coro quando Marina chegou ao Mercado Municipal, onde dois comerciantes usavam camisas com foto do capitão reformado.
