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Bolsonaro está 'empurrando' limites da democracia e deve ser responsabilizado, diz MK; ouça


Em comentário na Rádio Metrópole, Mário Kertész ainda questionou até que ponto vai o apoio das Forças Armadas ao chefe do Executivo nacional

[Bolsonaro está 'empurrando' limites da democracia e deve ser responsabilizado, diz MK; ouça]
Foto : Matheus Simoni / Metropress
Por Metro1 no dia 20 de Abril de 2020 ⋅ 
Em comentário na Rádio Metrópole, na manhã de hoje (20), Mário Kertész repudiou a participação do presidente Jair Bolsonaro em um ato pró-intervenção militar, ontem (19), em Brasília. Para MK, Bolsonaro chegou ao "ponto máximo" de desrespeito à Constituição e aos demais poderes, além de estar forçando os limites da democracia propositadamente.
"Bolsonaro está empurrando, sabem? Empurrando. É aquela história da cabecinha, 'só a cabecinha', e ninguém faz absolutamente nada. E ele continua. Parece que tirar [Luiz Henrique] Mandetta [do Ministério da Saúde] abriu o caminho para ele dizer 'agora eu vou com tudo'. E aí? Onde vamos chegar? A uma ditadura com Bolsonaro? Ou o presidente Bolsonaro vai ser responsabilizado, ou impedido, ou afastado, ou colocado no seu devido lugar de presidente da República? Não acho que seja bom para o Brasil a gente entrar agora em uma luta fratricida, que é o que ele quer. (...) A vida cada dia vale menos. E o nosso presidente, nosso porque é do Brasil, porque não votei nele, insiste em abusar de toda a nossa paciência. De toda a Constituição brasileira, de toda a lei que ele jurou obedecer quando tomou posse. Não vejo nenhuma autoridade tomar nenhuma providência", disse.
Citando a irritação das altas patentes militares com os atos de Bolsonaro, MK questionou até que ponto vai o apoio das Forças Armadas ao chefe do Executivo nacional. "Será que as Forças Armadas aceitariam fazer uma intervenção ditatorial no país e colocar um capitão para ser ditador? Porque uma coisa são as Forças Armadas constitucionalistas, como têm se mantido desde 1985, aceitarem um capitão da reserva que foi eleito presidente pelo povo. Não há discussão. A outra coisa é dar um golpe, fechar o Congresso e o Supremo, instituir censura à imprensa, acabar com a democracia no país para colocar um capitão. Se ainda fosse um capitão que estivesse fazendo um grande governo... Mas eu não vejo outra coisa que o capitão Jair Messias fez desde agora que não incitar o ódio e a divisão. Pode ter 300 generais e 200 amigos em torno dele, ele só ouve os três filhos dele e pronto. Temos uma família imperial dirigindo o Brasil, né?", ironizou.
MK ainda saudou os profissionais de saúde que compõem a linha de frente no combate ao coronavírus, mesmo com condições precárias de trabalho. "Há cada vez mais profissionais infectados e morrendo. Eles estão na linha de frente, esses sim! Não é o presidente Bolsonaro não. (...) Às vezes em condições precárias, sem equipamento, mas indo pra frente na luta. Daqui a pouco não teremos mais profissionais? Nós estamos fazendo exatamente o que se faz numa guerra. Quando vão faltando soldados, vão morrendo numa guerra, o que é que faz? Alista-se meninos de 16 e 17 anos. Agora estamos formando, na marra, médicos e enfermeiras. Mas eles não podem ficar no abandono", comentou.