“João se coloca ao lado de Bolsonaro. ‘Eu vou ser essa dita extrema-direita na Bahia’, que tem 70%, 80% de rejeição, mas esse 20% que é firme Bolsonaro vai colar em João Roma. Não vai ser ACM Neto. Tem 20% de Bolsonaro e João Roma, os 60% de Lula e Jaques Wagner, e ACM Neto fica com o quê?”, ela diz. Em fevereiro, Roma e ACM Neto romperam longa aliança e amizade após o então deputado aceitar convite do governo Jair Bolsonaro para se tornar ministro, contrariando orientação do aliado.
“Ele não aceitou o crescimento de um amigo. Isso foi o mais doloroso. A gente acreditou muito nele. Quando João teve a oportunidade de crescer e brilhar, ele não foi grande. Trabalha com ameaças. Se não atender a minha vontade, eu cancelo, corto, demito, travo. É o império dele, o império baiano”, defende Roberta.
Segundo ela, o presidente do DEM, partido que está em processo de fusão com o PSL para formar a União Brasil, tem dito que os que votarem nela estarão contra ele. “Trabalha com ameaças. ‘Se não atender a minha vontade, eu cancelo, corto, demito, travo’. É o império dele, o império baiano”, afirma. “É pior que o avô [Antonio Carlos Magalhães (1927-2007), governador da Bahia e senador]. O avô tinha ética, ele não tem.”
Em uma coletiva de imprensa concedida na sexta-feira (29), ACM Neto disse que, desde que o antigo aliado passou a ocupar o posto de ministro, ambos não tiveram mais contato. O líder democrata, no entanto, afirmou não guardar mágoas. “O futuro, não sei. Eu não sou uma pessoa refém de raiva, de magoa, de rancor, de ódio. Eu não sou uma pessoa que guarda sentimentos negativos no meu coração. Isso me faz bem como ser humano”, disse o ex-prefeito. Metro1