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O ano começou: desmontagem dos camarotes selam fim do Carnaval; momento já é um alívio para parte das pessoas

 Marina Silva/CORREIO)

Agora, é real e oficial: o Carnaval acabou, e o ano começou. Essa transição é selada pela desmontagem dos camarotes nos dois principais circuitos da folia momesca, o Dodô (Barra–Ondina) e o Osmar (Campo Grande). Segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur), as empresas responsáveis pelos camarotes — assim como pelos praticáveis, arquibancadas e postos operacionais — têm até o dia 4 para desmontar as estruturas.

Para a maior parte dos moradores da Barra, Ondina, Campo Grande e adjacências, o fim do Carnaval representa um alívio. A principal justificativa ouvida pela reportagem foi que muitas moradores desses bairros são idosos e sofrem com as mudanças impostas pela festa.

“Quando começam a montar [as estruturas], muda tudo: você divide espaço com ciclista, com motorista…”, disse o aposentado Elmo Queiroz, de 67 anos, que reside na Barra. “Então, quando termina, graças a Deus. Essa é a expressão”, concluiu ele.

Embora tenha confessado que ‘já viveu muito’ o Carnaval, hoje o corretor de imóveis Márcio Pereira, 52, se sente incomodado com os dias de folia no Campo Grande, onde mora. “É uma região que tem muito idoso e já tá saturada de Carnaval. Eu falo por causa de minha mãe, falecida, que morava aqui, comigo”, explicou o homem, que aproveitou a volta da vida ao ‘normal’ para retomar suas caminhadas na Praça 2 de Julho.

Já para o casal gaúcho Adriana Azevedo e Luís Francisco Dutra, 53, recém-chegados a Ondina, a desmontagem das estruturas foi sinônimo de sofrimento. “Eu nem gostaria de estar assistindo à desmontagem, mas é nosso trajeto para a academia”, lamentou-se Luís Francisco. “É muito triste, porque foi muito lindo e superorganizado o Carnaval”, revelou Adriana.

Oportunidade
Enquanto uns se dividem entre fãs e ‘haters’ do Carnaval, outros veem na ocasião, acima de tudo, uma oportunidade de trabalho. Foi o caso de Deivid Lopes, 23, contratado para realizar a desmontagem de uma estrutura no Campo Grande.

“Tava parado já há uns três meses. Aí, surgiu essa oportunidade de vir desmontar, e eu vim ganhar meu dinheiro”, contou o jovem, que não é fã — nem hater — da folia momesca, mas que está mais preocupado com garantir seu sustento. “Eu nunca gostei muito de curtir, não. A primeira vez que eu fui foi esse ano”, falou ele, que foi apenas às festas no bairro de Periperi, onde vive.

Empresas também devem recuperar áreas públicas danificadas
A Sedur informou que atua na fiscalização do processo, “para garantir a segurança da população e a recuperação das áreas públicas nos circuitos oficiais do Carnaval”.

Conforme o Decreto 20.505/2009, após a desmontagem, são concedidos mais dez dias para a recuperação de áreas públicas que tenham sido danificadas.

“As notificações já foram entregues aos camarotes, e a multa para quem descumprir a determinação é R$ 2.281,16 por dia de atraso”, comunicou, por meio de nota, o órgão, que, neste ano, licenciou 20 camarotes. Correio da Bahia

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