Saliba acabaria preso por Moro e ficaria cerca de três meses na prisão, tempo que durou até a Justiça decidir que o então juiz não tinha competência para processá-lo e anular a ação. A gravação foi realizada em 2005 e foi feita em um aparelho que Tony Garcia ocultava na cintura, segundo disse. Tony guarda o equipamento na casa de um irmão que mora em Los Angeles, e foi casado com Priscilla Presley.
O empresário enviou o equipamento para o exterior por receio de que Moro determinasse busca em seus endereços no Brasil e o apreendesse fortuitamente. Quando o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, abriu a investigação contra Moro e determinou que ele seja ouvido em depoimento, Tony providenciou uma cópia das gravações. O empresário diz que entregará a cópia e o próprio gravador, para serem periciados.
Neste primeiro trecho, que o 247 divulga com exclusividade, Moro conversa com Tony sem a presença de advogados e, além de determinar alvo, demonstra que combina suas ações com o Ministério Público Federal, o que é ilegal. Tony Garcia também gravou suas conversas com os procuradores da república Januário Paludo e Carlos Fernando dos Santos Lima.
Em uma delas, os procuradores contam que um desembargador do Tribunal Federal da 4a. Região acabou se separando da esposa depois que soube que havia a gravação em vídeo da chamada festa da cueca, com garotas de programa, no hotel Bourbon.
Eles riem porque o desembargador teria se antecipado à possível divulgação da gravação e contado à mulher, que acabaria por se separar dele. Tony diz que o vídeo da festa da cueca foi apreendido por Moro, mas não foi anexado a nenhum processo. Ele acredita que Moro possa ter usado a gravação para chantagear desembargadores.
Esta seria a razão pela qual o TRF-4 passou a confirmar as decisões do então juiz, mesmo diante de abusos. Importante: Tony Garcia foi preso por conta de suposta fraude no consórcio Garibaldi, mas os assuntos que ele trata com Moro e com os procuradores nada tem a ver com a investigação inicial.