Mário Agra/Câmara dos Deputados
Desde a indicação oficial do deputado federal Otto Filho (PSD) para o Tribunal de Contas do Estado, passou a se difundir entre uma ala de petistas a tese de que o partido ganhou margem e discurso para a negociação de uma chapa puro-sangue em 2026, com a trinca dos governadores Jerônimo Rodrigues, indo à reeleição, Jaques Wagner, renovando o mandato como senador, e Rui Costa em sua primeira tentativa ao Senado Federal.
O movimento de “aposentar” o jovem parlamentar de 48 anos foi lido como uma “senha” no sentido de flexibilizar as tratativas com o PSD mais adiante, embora o senador Otto Alencar, detentor da indicação e cacique da legenda na Bahia, não tenha dado nenhum indicativo – nem público nem privado – nessa direção. Muito menos o senador Angelo Coronel – cujo desejo pela reeleição é conhecido por todos.
Somada à vaga de Otto Filho no Tribunal – já dada como certa, vide o apoio quase unânime dos deputados – o PSD controla a presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), com a deputada Ivana Bastos (PSD), e ao menos duas secretarias estratégicas, Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano, que rendem forte capital político a um grupo de nove deputados estaduais, seis federais, dois senadores e mais de uma centena de prefeitos – fazendo jus ao status de principal parceiro político do PT na Bahia.
Petistas, ouvidos sob reserva, dizem que a fatia generosa de espaços do PSD deve ser levada em conta no momento de montagem da chapa, esvaziando a prerrogativa do direito à reeleição que se aplica a Jerônimo e a Wagner, mas não automaticamente a Coronel.
Defendem que a chapa deve ter a formatação que melhor favorecer o projeto nacional do presidente Lula, lembrando eles o êxito do “13-13” de 2022 – podendo ser turbinado em 2026 com a chapa completa. Isso também leva em conta as pesquisas de consumo interno que mostram bom desempenho de Rui e Wagner, e podem, num movimento relativamente inédito, fazer os candidatos ao Senado “puxarem” o governador.
A última pesquisa Real Time Big Data, de 26 de novembro, mostrou que a desaprovação do governo Jerônimo é maior que a aprovação. Segundo o levantamento, 50% desaprovam a gestão do petista, enquanto 48% aprovam. Aquela mesma pesquisa perguntou aos eleitores baianos “quem foi o melhor” entre os três últimos governadores. Jerônimo teve a menor pontuação com 11%, Jaques Wagner teve 24% e Rui liderou com folga com 58%. Política Livre


