Hoje a Funai conduz o estudo de demarcação e o encaminha para o Ministério da Justiça. A área jurídica da pasta faz uma análise, mas, segundo Cardozo, pode apenas verificar se o estudo está juridicamente correto ou não, nada além disso. Se estiver correto do ponto de vista jurídico, o estudo segue para a Casa Civil, que é onde muitas vezes as outras partes são finalmente ouvidas e novos problemas aparecem. Nesse ponto, porém, não há muito o que fazer para mudar o processo de demarcação. O decreto que trata do tema já diz que a Funai pode solicitar a ajuda de outros órgãos públicos e da comunidade científica, mas nada diz da participação do Ministério da Justiça. Com as mudanças programadas, a intenção do governo é permitir que o ministro da Justiça faça essa mediação, ouvindo outros órgãos.
Segundo Cardozo, ainda está sendo estudado como isso será regulamentado, mas ele descartou mudanças no texto do decreto. Disse também que não foi definido que outros órgãos serão ouvidos, mas deu certeza de que três deles deverão ser consultados: Incra, MMA e Embrapa. Outros órgãos citados pelo ministro que poderão ser ouvidos são o Ministério do Desenvolvimento Agrário e, caso necessário, até mesmo os governos estaduais. O estudo antropológico continuará sob responsabilidade da Funai. (O Globo)