O advogado, professor e presidente do Observatório Social de Santo Antônio de Jesus, Carly Chesmar esteve presente na audiência pública para discutir a revitalização da feira livre no município.
O portal de notícias do Gazzeta do Recôncavo marcou presença na sessão e destaca os principais temas abordados pelo representante do Observatório Social, que se apresentou logo no início do debate.
“Sou filho dessa terra, faço parte do Observatório Social de Santo Antônio de Jesus que talvez poucas pessoas aqui conheçam nessa cidade, mas é uma ONG sem fins políticos partidários ou sem fins lucrativos que tenta com muita dificuldade monitorar a aplicação dos recursos no município que é uma das atribuições dessa casa”.
REFLEXÃO E RESPEITO AO CONTRADITÓRIO
“Quero parabenizar esse momento histórico da gente trazer um debate de discussão, a gente precisa discutir. A política existe, mas a necessidade aqui nesse momento é de a gente pensar junto com a sociedade o que é melhor para Santo Antônio de Jesus de verdade. São os liames, os entraves, mas também os avanços que esse projeto, que esse empréstimo, que essa obra pode trazer para o município. Eu acho que esse momento é importante, que os debates eles têm que ser saudáveis, respeitando a opinião diversa e não a ditadura da maioria como eu ouvi dizer que nós somos maioria e vamos votar. Eu discordo e respeito a opinião contrária, durante muito tempo a sociedade ouviu isso que a maioria vence, discordem disso, porque a maioria é ditadura da maioria e não a democracia”.
DAR VOZ AO TODOS ENVOLVIDOS
“Precisamos ouvir sim, todas as pessoas envolvidas e eu acho que principalmente os feirantes. Eu não não escutei aqui, um feirante subir aqui para falar o que ele pensa sobre essa reforma. Eu não vi aqui também outros representantes dos segmentos da sociedade para se manifestar, não estou dizendo contra ou a favor porque o debate é nesse sentido, a discussão eu acho que é para isso, é para gente observar quais são os prós e contras que esse projeto pode trazer para nossa cidade. Eu fico um pouco preocupado como algumas situações aqui do seguinte sentido, a gente precisa planejar, gente é dinheiro público e parece que o dinheiro público é coisa de todo mundo, mas, ao mesmo tempo, é gerido por poucos. Mas por ser dinheiro público a gente pode estar jogando na lata do lixo, de qualquer jeito, de qualquer forma. Eu fico preocupado porque sabe quem é que vai pagar isso? O desempregado, você desempregado para comer precisa comprar alguma coisa. É que vai pagar essa que conta dos gastos públicos.
PERGUNTA AOS VEREADORES
“Vocês são representantes de quem mesmo, não é do povo? É isso ou não? Quem de vocês aqui, sentou com os eleitores de vocês para perguntar qual é a opinião deles? Me responda aqui por favor? Quem convocou Carly, você votou em mim? A gente está com um projeto aí. Que você acha? Porque representa os nossos interesses ou não? Quem aqui quando um projeto aqui nessa casa, trouxe os seus eleitores para perguntar, porque vocês são representantes nossos ou não? Então fica aqui o meu questionamento nesse sentido. A questão política é muito ruim também quando a gente vê usar uma tribuna para discutir para trazer questões políticas partidárias, nós não temos partidos, o partido do Observatório sabe o que é? É o bem-estar comum”.
MOBILIDADE URBANA
“Uma cidade que cresceu de forma desordenada, Santo Antônio Jesus me parece que não cresce. As vias são as mesmas, a nossa frota de carro ela triplicou ou quadruplicou, mas as vias são as mesmas e aí eu fico preocupado porque não há um investimento nisso? Será que a gente também não tem que se preocupar com isso? Será que a gente precisa fazer um aporte dessa magnitude? Será que a gente também não pode tirar um pouco desse recurso para pensar na questão da mobilidade social? A gente anda por Santo Antônio de Jesus por enquanto limitações, mas eu fico preocupado e com pena das pessoas que tem limitações de locomoção. Porque não existe uma fiscalização”.
PAPEL DO CONCIDADES
O ConCidades (Conselho das Cidades) é um conselho que precisa ser ouvido e é um controle social. Nessa casa aqui tentaram tirar autonomia do ConCidades, não vamos esquecer disso. Tentaram tirar a autonomia do ConCidades que é um órgão representativo que nele tem representante da sociedade, do poder público, o Prefeito é o presidente, o secretário de infraestrutura e tentaram desmobilizar, tirar a autonomia do ConCidades”.
DESCENTRALIZAÇÃO DAS FEIRAS LIVRES
“E me preocupo também outra coisa, ao invés da gente estar concentrando essa feira, a gente precisa tentar descentralizar as feiras do centro dessa cidade, as feiras das economias de bairro, porque não potencializar e o que é que nós vemos nessa cidade? Vários terrenos gigantes, terrenos de engordam que hoje valem milhões e que a prefeitura tem autonomia para desapropriar e descentralizar aquela feira que não cabe mais gente e a feira não suporta mais”